domingo, 20 de maio de 2012

Uma quarta-feira qualquer...

Foram algumas tentativas de reativar o blog. Não foi por falta de assunto ou pauta que parei, mas sim por achar que nada do que fosse escrever seria interessante. De fato pode não ser, mas dessa vez vou tentar, de verdade, manter a periodicidade na escrita. A edição de março da revista Lola trouxe um texto escrito pela Denise Fraga sobre fabricar a alegria. Gostei muito, do início ao fim, do que li. Foi uma inspiração para algumas semanas difíceis. No texto, a atriz fala que, mesmo com as complicações do dia a dia, podemos nos oferecer coisas simples, na procura, quem sabe, da tal felicidade. Percebi que tudo aquilo que li fazia sentido, mas que há tempos não fazia nada que me proporcionasse um pouquinho de uma felicidade "diferente". Ok, é claro que ficamos felizes ao sermos promovidos, ao comer uma comida deliciosa, ao encontrarmos cinquenta reais perdidos no meio da avenida, mas aquela felicidade simples de observar a alegria de quem amamos, de jantar com as amigas e deixar as bobagens rolarem soltas, de afofar o sobrinho que cedinho aprendeu a dizer titia com todas as letrinhas, toda essa coisa bonita, onde é que fica?!

Como a rotina tomou conta das minhas semanas, fico com certo receio de modificá-la. Mas nadei contra a correnteza. Decidi modificar um pouquinho só um dia que seria igual a tantos outros. Fiz uma piadinha na rádio, comentei um assunto do qual pouco entendo. Cheguei no outro trabalho, elogiei a jaqueta da secretária, atrasei três minutos no ponto. Abri a sala e troquei a mesa de lugar. Liguei os dois computadores e escolhi a mais brega de todas as músicas bregas para tocar. Dei risada sozinha. Atrasei algumas tarefas imediatas, mas calculei o prejuízo. A verdade é que tentei sair do tédio mesmo. Liguei para uma, duas, três amigas diferentes. Não conversamos nada demais, ora, mas combinamos um café a qualquer hora, contamos uma fofoquinha ou outra e prometemos não ficar tão distantes e indisponíveis uma com a outra. Escrevi um recado romântico no vidro do banheiro do namorado. Nos abraçamos forte. Cheguei na faculdade e com muito esforço consegui não parecer um zumbi, como de costume. Fui dormir em paz. E que sono profundo. Algo do que relatei pareceu anormal? Tenho certeza que não, mas tudo transformou um pouco uma quarta-feira qualquer. 

Parece que nosso metabolismo trabalha a todo vapor para estarmos cansados e cheios de tédio. Foi um experiência agradável. Não continuei a fazer a mesma coisa naqueles próximos dias, mas encontrei alegria na mudança da rotina. É um conselho que tenho dado a todo mundo que acho que devo. Rapidinho dá pra ver que não custa nada. O máximo que pode acontecer é não dar muito certo, só isso. Finalizo a ideia com as palavras da própria inspiradora da ideia e deste texto, a atriz Denise Fraga: "Maturidade traz sabedoria, mas também traz tédio e preconceito. Tem que tomar cuidado e abrir as janelas para ventilar. Requer esforço e criatividade. Não se fabrica felicidade, mas podemos dar mais chances de existência à alegria". Fica a dica!

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